A escassas horas de se concluir este ano de 2017 e de começar o de 2018, gostaria de escrever algo que vem mesmo a propósito: Steppenwolf. E vem a propósito porquê?
Bem, porque este é um dia como qualquer outro e qualquer dia é o mais adequado para se escrever sobre qualquer coisa que nos apetece. Portanto, é de Steppenwolf, o conjunto musical — aliás, o grupo; ou será antes a banda? — formado em Toronto (Canadá) nos distantes anos 60 do século passado.
Os Steppenwolf — Lobo das Estepes, em português — são mais conhecidos pela canção Born To Be Wild, ponto alto da banda sonora do filme Easy Rider, uma despreocupada deambulação pelas estradas do sul dos EUA do trio de motoqueiros protagonizado por Dennis Hopper, Peter Fonda e Jack Nicholson. Born To Be Wild é, de resto, apontada por muitos como a música que está na origem do sub-género musical que veio a ser conhecido como heavy metal.
Seja isso correcto ou não, Born To Be Wild está longe de ser o melhor que o blues-rock ácido dos Steppenwolf deu à luz. Os Steppenwolf são um caso curioso: não têm um único álbum memorável, mas têm excelentes canções espalhadas por vários deles. Talvez por isso nunca se tenham alçado ao estatuto de outras bandas rock de referência da época, apesar do seu som muito característico, devido sobretudo à guitarra saturada, à voz arranhada de John Kay e ao órgão dito psicadélico de Michael Wilk, que acabam por dar uma volta interessante aos blues de que partem.
Mesmo não sendo dos pontos altos da história da música rock, os Steppenwolf continuam a soar muitíssimo bem, sobretudo se não estivermos condicionados pelo que está ou deixa de estar actualmente em voga. Canções como The Monster, o musicalmente inspirado protesto contra a política americana que levou à Guerra do Vietname, mas também Desperation, For Ladies Only (desde que, neste caso, se esqueça o despropositado e pindérico interlúdio pianístico a meio da canção), Hippo Stomp, What Would You Do (If I Did That To You) e, claro, Born To Be Wild, entre outras, dariam um grande álbum de heavy-acid-blues-rock.
Há outras compilações muito bem sucedidas comercialmente, mas estão longe de me convencer. Aqui fica a minha.
Há outras compilações muito bem sucedidas comercialmente, mas estão longe de me convencer. Aqui fica a minha.
E pronto, este foi o meu contributo para a despedida do ano de 2017. Até 2018 vou ficar calado... se conseguir.
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