terça-feira, 19 de setembro de 2017

Jorge Buescu sobre o ensino da Matemática

No mesmo volume referido no post anterior, vale a pena destacar o texto de Jorge Buescu, que apresentou interessantes dados empíricos sobre o ensino da Matemática e que, em muitos aspectos, podem ser semelhantes ao que se verifica no ensino outras disciplinas. 


O texto de Buescu apresenta algumas das principais conclusões daquele que é talvez o mais abrangente e extenso estudo de sempre sobre o ensino da Matemática nos EUA. As conclusões do estudo, que levou 20 meses de intenso trabalho realizado por um painel de professores, matemáticos, investigadores e especialistas em educação, alguns deles de reputação mundial, foram apresentadas num relatório, cuja síntese está disponível aqui

Esta síntese, intitulada Foundations for Success (FS), que tem por detrás mais de 16 mil relatórios sobre políticas educativas e publicações científicas sobre o ensino da Matemática, visa ultrapassar as velhas e infrutíferas Math Wars (Guerras da Matemática) sobre o que deve e como deve ser ensinada a disciplina nas escolas. 

No seu texto, Jorge Buescu destacou e esclareceu algumas das conclusões desse importante documento. Destaco aqui duas delas, que podem ser surpreendentes para muitos, e que também se podem aplicar a outras disciplinas. Os sublinhados são meus.




quarta-feira, 13 de setembro de 2017

O que ensinar e como ensinar?


O texto da minha comunicação no Colóquio Currículo e Conhecimento, organizado pelo Conselho Nacional de Educação, em Março de 2016, foi recentemente publicado pelo CNE no Volume 1 da Lei de Bases do Sistema Educativo - Balanço e Prospetiva.

Defendo aí que o ensino público não deve ter como principal finalidade o desenvolvimento económico do país nem a formação de bons cidadãos nem a preservação da herança cultural colectiva nem o sucesso profissional dos indivíduos nem o desenvolvimento da autonomia pessoal. Mais do que isso, e acima de tudo isso, o ensino público deve estar ao serviço do florescimento humano, em sentido aristotélico.

Nesse sentido, defendo ainda que não cabe aos pais decidir o que os seus filhos menores devem aprender na escola e que essa decisão também não compete ao Estado. O que se aprende deve ser o resultado de escolhas individuais informadas, tendo em conta as diferentes formas de vida com valor, de acordo com o mais sólido conhecimento (não apenas o conhecimento de verdades, mas também o conhecimento prático e o conhecimento directo) disponível nas diferentes áreas de atividade humana.

A filosofia é uma dessas áreas centrais do conhecimento, pelo que não deve ser excluída do currículo. Apresento os núcleos centrais do que poderia ser um tal currículo de filosofia. 

O esquema seguinte, incluído no texto, resume as diferentes perspectivas sobre as finalidades do ensino. Faço também uma breve descrição e avaliação de cada uma dessas perspectivas e procuro mostrar que só uma delas promove de forma adequada o respeito pelos direitos humanos fundamentais.



O texto completo também pode ser lido aqui.