quarta-feira, 29 de outubro de 2025

As virtudes intelectuais no ensino

Um dos filósofos que mais se tem destacado na aplicação da epistemologia das virtudes (desenvolvida por figuras como Ernest Sosa, Linda Zagzebsky e John Greco) ao ensino é o americano Jason Baehr, em particular no seu mais recente livro Deep in Thought: A practical guide to teaching for intelectual values

Em termos muito genéricos, esta abordagem enfatiza o papel e a importância das virtudes intelectuais na obtenção, justificação e partilha do conhecimento, cruzando, de certo modo, as fronteiras tradicionais entre ética e epistemologia. O estatuto e a fiabilidade das nossas crenças dependem, assim, dos aspectos normativos (certas virtudes intelectuais) envolvidos no processo de conhecimento. 

Jason Baehr procura, de resto, mostrar que «existe também uma forte ligação natural entre o ensino para o conhecimento e para as competências e o ensino das virtudes intelectuais, as quais podem ser pensadas como hábitos da mente, em particular, hábitos do bom pensamento e raciocínio». O treino e a promoção de disposições mentais como a curiosidade intelectual, a humildade intelectual, a coragem intelectual, o cuidado intelectual, a responsabilidade intelectual e a honestidade intelectual, deve mesmo ser o cerne de uma verdadeira educação para os valores e a cidadania. 

Baehr diz também que o desenvolvimento de certas virtudes intelectuais pode começar nos níveis iniciais de aprendizagem, acrescentando-se-lhes gradualmente outras virtudes. Eis uma tabela, adaptada do próprio Baehr, com as principais virtudes intelectuais requeridas em diferentes níveis de aprendizagem: inicial, médio e avançado.


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