Quão grande é realmente a diferença entre saber algo ou pensar que se sabe algo?
Pegando no exemplo discutido na última aula:
Um homem apaixonado por ténis e muito rico viaja para ver um jogo fenomenal entre duas estrelas, que já tinham jogado entre si no ano anterior. Chega ao campo em cima da hora, não arranja bilhetes e como o jogo já começou vai para o hotel vê-lo na televisão. Depois, no pub, um amigo diz-lhe que o jogo foi adiado por umas horas por causa da chuva e que em vez de passarem o jogo desse ano passaram o do ano passado e que, por acaso, o resultado final foi igual.
Portanto, ele tinha a crença de que o seu jogador favorito tinha ganho, a crença era justificada porque o tinha visto na tv e por acaso era verdadeira... Mas será que isso faz com que ele soubesse que o seu jogador preferido tinha ganho? Na minha opinião não, porque a sua justificação não era aceitável, apesar de pensar que o era. Ele não sabia... Ele pensava que sabia.
É como as cores, por exemplo... quando olhamos para uma parede branca pensamos o óbvio: ela é branca. Porém analisemos: as cores que nós vemos são as que são reflectidas para os nossos olhos, mas, se são reflectidas, então o objecto em questão não as tem...assim sendo, as verdadeiras cores de um objecto são as que ele tem, ou seja, as que ele absorve. se vemos a parede branca é porque ela reflecte o branco, ou seja, reflecte todas as cores. Se reflecte todas as cores, não possui nenhuma, logo, a parede é preta.
Nós tinhamos a crença de que a parede era branca, e a crença era justificada: nós viamos com os nossos proprios olhos! Mas será que a justificação é boa? Ou so parece que é boa? E se não for, como podemos saber quando uma justificação é ou não é realmente boa? Como podemos realmente saber alguma coisa?