Foi assim que recomendei o livro A Bebedeira de Kant, do David Erlich, que parece estar a ser bem acolhido pelo público.
Neste interessante livro, Erlich convida o leitor a entrar sorrateiramente nas muitas moradas da filosofia pelas suas portas traseiras. Isso não é um defeito, mas antes um mérito bastante raro, na medida em que até o leitor mais tímido e reverente conseguirá entrar sem temor, dando-lhe a oportunidade de avançar sem receios e de, quase sem se dar conta, espreitar para os salões mais luminosos do Olimpo filosófico. Trata-se de um livro que, apesar de acenar ao leitor comum, consegue a proeza de evitar a vulgaridade filosófica. Escrever de forma clara e convidativa sobre ideias complexas não é para todos. Erlich consegue fazê-lo pondo o sorriso matreiro no lugar da gravitas académica.
É bom ver surgir novos (e jovens) autores de filosofia no panorama editorial português. E não, não estava a exagerar no elogio.
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