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sábado, 9 de janeiro de 2016

Wagner, o prodigioso senhor dos anéis

É fácil detestar Wagner. Mas não é menos fácil idolatrá-lo. Talvez haja boas razões de ambos os lados.

Por um lado, a pessoa de Wagner tem aspectos detestáveis, como a ingratidão e, sobretudo, o seu declarado e persistente anti-semitismo. Além disso, embora arrojadas, as suas megalómanas concepções artísticas resultam, não raras vezes, em música aborrecida ou, como teria gracejado Rossini, em momentos encantadores perturbados por quartos de hora insuportáveis. E também é preciso ser um adepto do género para digerir aquele universo mitológico carregado de fadas e feiticeiros, poções e anéis mágicos, cavaleiros e espadas, cisnes e gnomos, grutas, deuses manhosos e santos medievais, cujas tropelias se desenrolam ao longo de óperas de quase quatro horas de duração.

Por outro lado, é indiscutível que Wagner foi um artista invulgarmente inspirado, criador de alguma da mais bela, expressiva e comovente música jamais composta. Foi também um compositor ousado, capaz de desbravar caminhos na música até então inexplorados: seja na riqueza das harmonias como na ampliação dos recursos orquestrais, nas luminosas e irresistíveis progressões melódicas ou nas transições entre temas musicais.

Vem isto a propósito de um dos últimos livros que li, precisamente sobre a vida e a obra de Wagner. Trata-se de um livro que comprei há anos quase só por curiosidade, até porque o preço era bastante convidativo (creio não ter chegado aos 15€) e vinha acompanhado por dois CD's da Naxos com música do compositor alemão. O livro foi publicado pela Bizâncio e o seu autor é o musicólogo e crítico musical inglês Stephen Jonhson, que eu desconhecia de todo. Comprei ainda mais dois livros desta coleção, um sobre Mahler e o outro sobre Beethoven (mas há mais: Mozart, Haydn, Dvorak e outros), dentro dos mesmos preços e também com dois CD's cada um.


As minhas expectativas eram relativamente baixas, imaginando que, à parte um ou outro pormenor interessante, pouco mais iria encontrar do que as banalidades habituais que tantas vezes se lêem em livros sobre a vida e a obra de grandes vultos da história da arte. Enfim, esperava pouco mais do que aquilo que se pode descobrir, por exemplo, numa breve pesquisa na Internet.

Não podia estar mais enganado, e a surpresa acabou por ser muito agradável. É um livro realmente informativo para quem conheça, como é o meu caso, pouco mais do que o essencial sobre a vida e a obra de Wagner.

O livro é informativo não tanto porque se limita a descrever os factos da vida do compositor e as características da sua obra, mas sobretudo porque tais factos são contextualizados de forma pertinente e esclarecedora, tanto em termos históricos e políticos, como artísticos e filosóficos. É, aliás, reconfortante verificar o sólido conhecimento, da parte do autor, das ideias de filósofos como Schopenhauer, cuja influência na estética wagneriana é devidamente ilustrada e que foi, de resto, enfaticamente assumida por Wagner, ao ponto de este compor a sua audaciosa ópera Tristão e Isolda com as ideias de Schopenhauer sempre em mente. Mas também as ideias artísticas e musicais de carácter mais técnico são elegantemente explicadas e exemplificadas (muitas vezes, remetendo para os CD's com excertos das obras de Wagner).

Uma boa maneira de avaliar um livro deste género é ver se ele é capaz de nos motivar para descobrir mais sobre o compositor e a sua música. Ora, foi isto mesmo que aconteceu comigo e me fez passar praticamente as duas últimas semanas a ouvir as principais óperas de Wagner. O que não é coisa pouca, dado que só para escutar o ciclo completo de O Anel do Nibelungo, com as suas quatro óperas, são precisas nada mais nada menos do que 15 horas (mas confesso que não resisti a saltar uma ou outra cena). O que é relevante é que a leitura da segunda parte do livro (que tem duas partes, a primeira das quais sobre a vida de Wagner e a segunda sobre a sua música) pode mesmo ajudar a ouvir as óperas de Wagner com uma melhor compreensão do que se ouve e, assim, proporcionar uma apreciação estética mais rica.

Outro aspecto a salientar é que o autor, Stephen Johnson, não cai no pecado fatal, típico em livros de divulgação deste género, de nos brindar com uma narrativa de pendor hagiográfico. Assim, em vez de incensar o artista herói imaculado, o autor não deixa de revelar os aspectos mais sombrios do carácter pessoal de Wagner, nem deixa de referir as opiniões mais críticas de alguns dos seus mais ilustres pares, como foi o caso de Debussy, que caracterizou a revolução wagneriana como «um belo ocaso confundido como uma aurora», ou de Charles Ives, que descreveu Wagner como «um bichano invertebrado e sensualista».

Pessoalmente, posso dizer que, depois de duas semanas exposto ao pathos musical wagneriano, acho dispensáveis muitas das ideias megalómanas acerca da ópera como arte total, até porque me limitei a ouvir música sem sequer entender a maior parte das palavras cantadas. E também me parece musicalmente irrelevante todo aquele prodigioso universo medievalista semelhante ao descrito nos livros de Tolkien. Talvez por isso nenhuma das quatro óperas do Anel esteja entre as minhas preferidas. Entre estas estão Lohengrin, Os Mestres Cantores de Nuremberga e Tristão e Isolda. Lohengrin porque é das que se consegue ouvir sem ter vontade de passar à frente e porque, nesta ópera, Wagner consegue aliar beleza e arrojo musical como talvez em nenhuma outra (o Prelúdio ao Acto I e o início do Acto III, incluindo o Prelúdio, são os melhores exemplos disso). Os Mestres Cantores de Nuremberga por ser a menos tipicamente wagneriana das suas óperas (a não ser no tamanho, pois é a mais longa de todas). Talvez por se tratar de uma ópera satírica, a música é mais solta e familiar. E, ao fim de cerca de quatro horas, descobrimos que a ópera acaba exactamente da forma empolgante como começou. Enfim, Tristão e Isolda por ser a musicalmente mais ousada, com harmonias surpreendentes, a roçar os limites da dissonância, e com momentos de uma enorme intensidade expressiva, como a da cena final em que Isolda morre de amor.  


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Música ambulante

O hábito de ouvir música tranquilamente sentado em frente de um bom sistema de alta fidelidade parece cada vez mais um luxo reservado aos audiófilos praticantes. Mas também não é preciso ser audiófilo para dar a devida atenção à qualidade sonora da música que ouvimos. Felizmente, já há boas alternativas portáteis — e não demasiado dispendiosas— capazes de nos proporcionar uma audição musical com alguma qualidade.

Tudo o que precisamos é de uma boa fonte sonora e de uns bons auscultadores.

A fonte sonora depende, por sua vez, da qualidade do ficheiro áudio e, como é óbvio, do leitor que o reproduz. Dado que estamos a falar de suportes digitais, a qualidade do ficheiro depende sobretudo da sua taxa de compressão. A taxa de compressão padrão é de 128Kbps, mas o mais recomendável para uma boa qualidade sonora é uma taxa de compressão maior, digamos de 256Kbps (muitas gravações de CD's originais usam uma taxa de 320Kbps). Quanto aos leitores, já se encontram smartphones e leitores Mp3 com boa qualidade, como os mais recentes iPod, iPhone e outros.

Mas de nada serve ter um bom leitor e ficheiros de qualidade sem uns bons auscultadores. Claro que o inverso também se aplica: de nada serve ter uns auscultadores supra-sumo sem uma fonte sonora de qualidade. Gastar dinheiro apenas numa destas coisas é esbanjá-lo.

Em todo o caso, o mais difícil é mesmo escolher uns bons auscultadores, não só porque a variedade de oferta é imensa mas também porque depende do tipo de música que mais ouvimos e porque é, em parte, uma questão de gosto pessoal. Como já usei uns quantos auscultadores de qualidade muito variável, acho que tenho alguma experiência nessa matéria, pelo que atrevo-me a expor aqui o que aprendi com ela.

A primeira coisa que posso dizer é que nunca ouvi auscultadores minimamente aceitáveis abaixo dos 40€. Esses talvez sirvam bem para muitos outros fins, mas não são adequados para quem dá importância à qualidade do som. Para abreviar, irei aqui referir apenas auscultadores supra-aurais dobráveis, entre os 40€ e os 80€, que eu próprio já usei abundantemente e que considero excelentes, tendo em conta que se trata de auscultadores portáteis.

São os seguintes: Koss Porta Pro, que usei durante cerca de três anos; Sennheiser PX100, que usei durante outros três anos aproximadamente; AKG K451, que uso intensamente há cerca de uma semana (uma generosa prenda de Natal). Devo dizer que a crítica especializada também parece unânime quanto à excelência destes auscultadores, colocando-os geralmente a par de auscultadores que custam entre 150 e 200 Euros, quando não até mais.

Apesar de estar muito longe de ser um entendido na matéria, costumo ser suficientemente curioso e atrevido para fazer os meus próprios testes de amador. Claro que não pude compará-los directamente, pois os Koss e os Sennheiser já foram para reciclagem há muito. Mas se usarmos músicas que conhecemos bem, é possível fazer, ainda que de memória, algumas comparações. Assim, tenho ouvido insistentemente nos novos AKG três músicas muito diferentes entre si, que já tinha ouvido antes vezes sem conta: Pink Moon, de Nick Drake (na qual predominam os tons médios da guitarra e da voz tímida de Drake), Elevation, dos Television (uma espécie de tricot de guitarras eléctricas, com uma voz aguda e secção rítmica de baixo e bateria rica em pormenores), e o segundo andamento, com o Adágio da Sinfonia N.º 3 de Bruckner, dirigido por Sergiu Celibidache (pela riqueza orquestral). Enfim, trata-se de uma balada simples e introspectiva, de rock eléctrico e de música clássica, respectivamente.


Por norma, começo por ouvir cada uma das músicas com o volume de som a meio, prestando especial atenção ao equilíbrio entre os graves, os agudos e os médios. Tal como os hambúrgueres das cadeias de fast food são concebidos para agradar ao palato mais distraído, carregando com os inevitáveis sal e açúcar, também os auscultadores medíocres têm tendência para destacar os graves e os agudos em detrimento dos médios, o que fica bem mais barato e agrada a quem não tem paciência para subtilezas nem detalhes. Também dá para prestar atenção a aspectos como o palco sonoro, isto é, à percepção da espacialidade dos diferentes instrumentos. Nos maus auscultadores o som é demasiado compacto e todos os instrumentos parecem brotar indistintamente do mesmo local, ao passo que em auscultadores melhores há a sensação de uns estarem mais atrás ou mais à frente, mais de um lado ou mais de outro, etc. 

Seguidamente, ouço tudo outra vez num volume de som muito próximo do mínimo. Para mim, este é um dos testes mais fiáveis, pois permite ver o que se perdeu em relação à audição com um som mais forte. Os maus auscultadores, quando estão com o volume no mínimo, deixam-nos quase só com graves e agudos, perdendo-se quase todo o detalhe, ao passo que os bons preservam a diversidade e detalhe da audição anterior. 

Para terminar, ouço tudo outra vez praticamente com o volume no máximo. Este teste é o mais fácil de todos, pois os maus auscultadores tornam-se simplesmente insuportáveis: distorção (quando ela não está intencionalmente na gravação original, como é o caso de alguma música rock), agudos demasiado agressivos e o chamado "efeito muro de som". Por sua vez, os bons auscultadores são capazes de se aguentar bem quase no máximo, permitindo ao ouvido distinguir tudo o que lá está em vez de nos entregarem uma massa indistinta e pastosa de som. 

Quanto ao resto, que é muito, é uma questão de gostarmos de um som mais "quente" e envolvente ou de um mais "frio" e detalhado, de um palco mais distante ou de um palco mais próximo, de baixos mais sóbrios ou de baixos mais exuberantes, etc.

Eis o meu pódio.

AKG K451. Estes auscultadores da marca austríaca são de 2012, custam cerca de 80€ na FNAC (mas na Alemanha conseguem-se por cerca de 55 €), e foram premiados com cinco estrelas pela revista What Hi-Fi (como anunciado na própria caixa). 

Mal abri a caixa na noite de Natal, fiquei muito bem impressionado com a sua robustez e simplicidade do desenho. Traz também um utilíssimo estojo — o melhor dos três aqui referidos —, pois permite transportá-los descontraidamente sem receio de se partirem. Além disso, somos brindados com dois cabos (o que acontece quase só com auscultadores muito mais caros). Trata-se, portanto, de cabos amovíveis, ao contrário dos Koss e dos Sennheiser. Um dos cabos tem comando e microfone incorporados, compatíveis com os iPhone, iPod e iPad. 
Ao fim de várias horas seguidas de uso, já posso dizer que são muito confortáveis. Este é um aspecto muito importante para quem ouve música durante mais de uma hora seguida, aproximadamente — ainda recordo o desconforto que sobretudo os Koss me causavam ao fim de algum tempo, tanto nas têmporas como nas orelhas, obrigando-me a suspender a audição. 
Quanto ao som, fiquei imediatamente impressionado com eles, e ainda continuo: têm um som algo "quente" e uns baixos não exageradamente encorpados. O palco parece estar bastante mais próximo do que nos outros, mas sem se perderem as relações espaciais entre os instrumentos. Gostei especialmente de ouvir os médios da guitarra e da voz de Nick Drake, que parece estar ali mesmo a tocar para nós ao vivo. Mas também permitem saborear todos os detalhes do sussurrar do início do adágio de Bruckner. Por sua vez, o baixo de Fred Smith em Elevation é simultaneamente limpo, presente e musical, mas o que mais mais sobressai são os pormenores rítmicos do prato de choques da bateria de Billy Fica enquanto acompanha o memorável solo de guitarra de Richard Lloyd. Fiquei simplesmente surpreendido ao verificar que, mesmo com o volume no máximo, esta música electrificante dos Television se aguenta com todos os seus condimentos e quase sem uma pontinha de distorção. UAU!
Para terminar, destaco um outro aspecto em que estes auscultadores são melhores do que os outros dois: a fuga de som para o exterior (a que os entendidos chamam leaking). É muito desagradável para as pessoas que estão perto de nós o terem de "gramar" com o escape poluente da música que estamos a ouvir. É certo que nenhum auscultador supra-aural consegue evitar totalmente este efeito indesejável, mas, tendo isso em conta, estes K451 até se portam bem acima da média.  


KOSS Porta Pro. Estes auscultadores americanos de 1984 são os mais antigos de todos e o seu estrondoso sucesso faz deles uma referência neste segmento, até porque os cerca de 45€ que custam tornam-nos quase irresistíveis, dada a indiscutível qualidade de som que oferecem. Em 2012 saíram os Porta Pro KTC, que são exactamente iguais, tendo-lhes sido apenas acrescentados o micro e o controlo para iPod, iPhone e iPad. Mas esta versão custa mais cerca de 20€. 
O seu desenho característico dos anos 80 permaneceu inalterado, o que lhes confere um estilo algo retro, muito próprio (eu não desgosto). São os mais leves dos três, mas têm esponjas frágeis, embora seja fácil encontrar substitutas (eu substitui-as umas três vezes enquanto os usei). 
Como referi atrás, são algo desconfortáveis em audições mais longas, apesar de terem esponjas de amortecimento acima das orelhas e de terem um botão regulador da pressão (com três posições), que não me parece muito eficaz. Mas o problema talvez seja a minha anatomia; talvez seja cabeçudo e outras pessoas não sintam o mesmo. Também não gostei da desajeitada taleiga de cabedal onde se guardam, que sempre me pareceu pouco prática. Ao contrário dos outros, estes têm um cabo ligado a cada um dos lados, tendo de se enrolar os fios à volta do arco de alumínio quando se dobram. Devo ainda dizer que são os que têm mais problemas de fuga de som para o exterior.
Quanto ao som, são de facto impressionantes em equilíbrio e detalhe e, talvez por isso, também soam ligeiramente mais "frios" do que os outros. Apesar de muito versáteis, é na música clássica que eles mostram o melhor de si. Outro aspecto notável é também o modo como aguentam um elevado volume sonoro sem distorção e sem o efeito muro de som. 
Deixei de os usar porque, ao fim de três anos de uso intenso, um dos canais deixou de funcionar. Como o fabricante anuncia garantia vitalícia, tentei enviá-los para o distribuidor português, de modo a resolver o problema. Na FNAC acabaram por me informar, com surpresa, que a marca tinha deixado de ter representante em Portugal e que estava agora tudo centrado em Espanha. Enviei os auscultadores para o representante em Valência, mas não cheguei a obter resposta. Decidi, então, substituí-los pelos Sennheiser.


SENNHEISER PX100ii. Estes auscultadores do prestigiado fabricante alemão são de 2010 e custam cerca de 50€ na FNAC. Têm um cabo fixo ao lado esquerdo, com microfone e comandos compatíveis com iPod, iPhone e iPad. 
Na verdade, os que usei foram os PX100, que são praticamente iguais a estes PX100ii. São mais confortáveis do que os Koss, mas trazem uma taleiga para os guardar ainda mais fraca do que a dos Koss.
Os baixos são mais salientes do que nos Koss, aproximando-se mais, neste aspecto, aos AKG. Mas deixam respirar bem os médios e os agudos nunca são agressivos, mantendo um equilíbrio muito bom. Se os Koss dão o seu melhor na música clássica, estes Sennheiser dão o seu melhor no rock, embora sejam também muito bons para ouvir clássica e jazz

Em conclusão, são três excelentes auscultadores portáteis e todos são suficientemente versáteis para ouvir todo o tipo de música. Do que me apercebo, são o trio maravilha dentro destes preços e bem melhores do que grande parte dos auscultadores com o dobro, ou mesmo o triplo, do preço. A título de exemplo, comparei cuidadosamente os AKG com uns KEF M500, de uma gama de preços muito superior (a rondar os 300€) e estes não se destacam tanto como o preço faz crer, sendo em alguns aspectos muito difícil detectar diferenças. Neste momento estou vidrado nos AKG, mas a minha memória dos outros dois pode bem atraiçoar-me. 

As minhas preferências colocam em primeiro lugar os AKG, mas a relação preço-qualidade não deixa de pender para os Koss. Contudo, por uma questão de conforto e porque me desagrada a deficiente contenção da fuga do som para o exterior, mais facilmente compraria novamente os Sennheiser. 

Não é de admirar que estas três marcas tenham a melhor oferta, pois trata-se de marcas cujo prestígio se deve precisamente aos seus auscultadores, ao contrário da Sony, da Philips, da Pioneer, da Bose, etc., que se dedicam a muitas coisas ao mesmo tempo. Isso não impede, contudo, estas marcas de fabricarem também excelentes auscultadores.