Será Deckard humano ou será replicante?
Daniela Cabrita
Daniela Cabrita
Escola Secundária Manuel
Teixeira Gomes
Maio de 2014
11º ano, turma M de
Filosofia
Neste ensaio discute-se se
Deckard, uma personagem do filme Blade
Runner – Perigo Iminente, será humano ou replicante. Defendo que Deckard é
um replicante.
No filme, distinguia-se um
ser humano de um replicante recorrendo à utilização de uma máquina de teste
chamada “Voight-Kampff”. De outra forma, por exemplo, recorrendo ao ADN, os
replicantes seriam também considerados humanos. Deckard, que deteta a diferença
entre humanos e replicantes recorrendo a esse teste, depara-se com Rachel, que
pensa ser humana, quando na realidade não o é. A situação de Rachel pode muito
bem assemelhar-se à de Deckard: quem é que lhe garante que ele não é também um
replicante? À medida que o filme vai avançando, são vários os fatores que me
levam a crer que Deckard é um replicante. Por exemplo, quando Rachel lhe
pergunta se este alguma vez realizou o tal teste, este nunca lhe chega a
responder. Para além disso, Deckard é quase inexpressivo, neutro, e
praticamente não reage a quase tudo o que o envolve. As atitudes que ele tem
não condizem com o que, aparentemente, um humano sentiria na mesma situação. Além
disso, Gaff (uma espécie de vigilante dos caçadores de replicantes) disse
significativamente a Deckard que este fez um “trabalho de homem”. O que
quereria ele dizer com isso? Para mim, esta é uma frase bastante importante e
que nos pode levar a pensar em todo o filme.
Aliado a isto está o facto
de Deckard ter encontrado o origami de um unicórnio, que já tinha aparecido nos
seus sonhos, e que pode ser uma prova de que aquilo pode ser apenas uma memória
implantada. Portanto, como pode o próprio Deckard confiar nas suas memórias? Para
além disso, porque haveriam de pôr um humano em perigo à procura de
replicantes? Tal como é dito no filme, os replicantes faziam trabalho escravo
para os humanos, faziam os serviços demasiado arriscados. Algo que se repara no
filme é que, num determinado ângulo de luz, os replicantes têm um certo brilho no
olhar. Numa cena em que Deckard fala com Rachel ele tem exatamente o mesmo
brilho nos olhos que ela. Se Deckard fosse realmente humano, tal não
aconteceria.
Concluindo, do meu ponto
de vista, Deckard é um replicante devido a certas atitudes que toma, à maneira
como reage e o facto de nunca ter mencionado a sua família, o que me leva a
duvidar acerca da sua humanidade.
Uma questão, eu estava aqui a fazer os exercicios de lógica aristotélica que foram avaliados em exame no decorrer dos tempos, e peço a sua atenção para o exame de 2013 da segunda fase, Grupo II, no percurso A, na pergunta 2.A, nos critérios de correção é apresentado um silogismo dito válido que decorre de uma falácia existencial, dizendo eles que AAI, é correto. Será possivel isto estar nos critérios de exame no ensino secundário, ainda por cima uma falácia básica como esta?! Corriga-me se estiver errada, mas não acho que isto esteja correto.
ResponderEliminarJá me esclareci devidamente, afinal está correto, é válido no 3º modo.
EliminarAinda bem, Luna. Os afazeres dos últimos dias não me permitiram responder antes.
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