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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Teoria do conhecimento (ou epistemologia)


Uma das disciplinas centrais da filosofia é a epistemologia, que é também um dos temas principais do 11º ano, juntamente com a lógica e a filosofia da ciência. A pensar nisso, deixo a sugestão de um livro recentemente publicado, de Dan O'Brien, e que é precisamente uma introdução à epistemologia (ou teoria do conhecimento). Muitas secções do livro são perfeitamente adequadas para alunos do 11º ano, embora haja outras que levam a um maior aprofundamento dos problemas apresentados. 


Eis como começa o livro:

A Teoria do Conhecimento levanta certas questões muito amplas e profundas acerca dos sujeitos de conhecimento e do conhecimento em si. O que é conhecer? Como distinguir o conhecimento da mera crença? E será o conhecimento possível? A Teoria do Conhecimento é também designada epistemologia, a partir da palavra grega para conhecimento, «episteme». [...] A epistemologia continua a ser uma área de investigação vibrante, e muitas das posições e teorias que iremos examinar surgiram nas últimas décadas. Este interesse persistente na epistemologia é um reflexo da enorme importância que o conhecimento tem nas nossas vidas. Em primeiro lugar, é instrumentalmente útil: recorrendo ao conhecimento científico, por exemplo, procuramos explicar, controlar e prever o comportamento do mundo natural. Segundo, mesmo quando não tem utilidade prática, o conhecimento continua a ser encarado como algo que vale a pena obter. É bom em si mesmo. Quando, no filme A Fúria da Razão (1971), um criminoso é obrigado a entregar a sua arma ao Inspector Harry Callahan, procura depois saber se Harry ainda tinha alguma bala na pistola ou se estivera apenas a fazer bluff — «Tenho de saber». Esta informação não terá qualquer utilidade prática para o bandido — visto encontrar-se já detido, em qualquer dos casos — mas é uma forma de conhecimento que ele persegue, ainda assim.             

A Epistemologia e a Metafísica são os dois tópicos centrais da Filosofia. A primeira prende-se com a natureza e a possibilidade do conhecimento; a segunda diz respeito à natureza daquilo que existe. Alguns exemplos de questões metafísicas são: existirão coisas não-físicas? Poderão existir outras mentes além da nossa? E será que Deus existe? Veremos como todas estas questões se entrecruzam com as nossas investigações epistemológicas.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Começaram as aulas. E agora?


Começaram esta segunda-feira as aulas. Bem vindos à escola e bom trabalho. 

Se me pedirem uma sugestão para um trabalho bem sucedido ao longo do ano que agora começa, deixo a mesma de sempre: nunca cair na tentação de fazer batota com a filosofia, pois é uma disciplina que, se correctamente apresentada, torna toda e qualquer batota inútil.

Fazer batota é fingir que se está a pensar; não fazer batota é pensar realmente por si nos problemas que nos são colocados, ainda que com a ajuda dos que já pensaram nisso antes. Quando um aluno de filosofia se limita a dizer coisas que não pensa ou em que não pensou realmente, o resultado é sempre decepcionante. Claro que podemos pensar cuidadosamente e, mesmo assim, o resultado não ser satisfatório. Mas sempre é mais filosófico do que debitar palavras ou ideias em que nunca se pensou realmente.

Só há, pois, um material obrigatório para as aulas de filosofia: uma cabeça pronta a pensar.