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terça-feira, 17 de maio de 2011

Deus gosta de jogar às escondidas?



ANA - Há algo na atitude de Deus, caso exista mesmo, que me deixa perplexa, Tomás.

TOMÁS - O quê, Ana?

ANA - É que não consigo compreender por que razão Deus, com os poderes, sabedoria e bondade que o caracteriza, permite que muitos de nós duvidemos da sua existência e passemos tanto tempo a discutir isso.

TOMÁS - Ora, Ana, acho que certas pessoas discutem a sua existência porque não conseguem ou se recusam a ver os sinais da sua existência.

ANA - Pois, o problema é esse, Tomás: em vez de nos dar sinais, por que razão não nos mostra inequívoca e definitivamente que existe, de modo a não permitir discussões que, afinal, poderiam ser escusadas?

TOMÁS - Porque isso lhe permite testar a nossa fé, Ana.

ANA - Bom, a tua resposta ainda torna as coisas mais incompreensíveis. Por que razão um ser que sabe tudo precisa de testar a minha fé? Afinal, é ele que precisa de provas sobre o que realmente pensamos ou sentimos? Não achas que, para um Deus omnisciente, isso não faz qualquer sentido?

TOMÁS - Talvez não seja bem isso. Mas já reparaste que, se fosse tudo tão óbvio e linear as coisas seriam menos interessantes?

ANA -  Ah, bom, agora já percebi: Deus gosta simplesmente de jogar às escondidas connosco.

3 comentários:

  1. Pode ser um avaliacao simplista, mas Deus nao existe mesmo. A vida pode ser muito mais simples sem esse conceito antiquado.

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  2. A vida seria mais simples sem armas químicas, nucleares, e outras coisas desagradáveis, mas daí não se segue que essas coisas não existem.
    O que o argumento acima nos dá é indícios para pensar que um ser tão poderoso e perfeito, se existisse, não condescenderia em brincadeiras infantis que para a generalidade dos humanos são tão excitantes e misteriosas.

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  3. O argumento não me parece simplista mas, ao invés, bastante razoável. Não sei se uma vida mais simples seria desejável, mas estou convencida que uma vida consciente o é sempre.
    Cumprimentos.

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