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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Fazemos mesmo o que queremos?

Todos os anos por altura do Natal é a mesma coisa e todos os anos penso que no próximo vai ser diferente. Não quero voltar a perder horas entre multidões que se acotovelam nas lojas a comprar inutilidades. E para quê?

São prendas para os meus pais, para os amigos e as crianças dos amigos, para os vizinhos e as crianças dos vizinhos, para os tios e os primos mais chegados, para a namorada, para os avós e ainda os outros de que agora me lembro - há sempre alguém que se esquece e que nos leva à última hora a correr aos centros comerciais à procura sabe-se lá bem do quê. Tudo isto sem contar com o dinheiro que se gasta e o cansaço que se apanha.

Não, estou farto! Este ano vai ser diferente e não vou mais alinhar nestes rituais consumistas sem sentido. Afinal, por que hei-de eu fazer o que não quero? Só porque é costume e os outros também o fazem? Mas não sou um carneiro para fazer algo só porque os outros o fazem também. Parece mal? Quero lá saber disso! As pessoas que levarem a mal é porque, afinal, não interessam mesmo.

É isso, este ano não ofereço prendas no Natal e é isso vou dizer aos meus pais, avós, irmãos, namorada, amigos, vizinhos e colegas mais chegados. Que alívio!

Bom, pensando bem, à minha namorada tenho mesmo de oferecer qualquer coisa (aliás, qualquer coisa não pode ser, pois ela é bem esquisita). Ela de certeza que iria atirar-me isso à cara um dia, até porque me anda sempre a falar daquele perfume de que gosta mesmo muito. Coitada, até merece e é bem capaz de estar à espera disso. Não, não a vou decepcionar.

Ah, é verdade, a minha prima Aurélia de certeza que me vai oferecer uma boa prenda, como de costume. Eu bem lhe digo que não vale a pena, mas ela gosta mesmo destas coisas. Se calhar não ia entender se eu não lhe oferecesse algo, por muito simples que seja. Ok, ofereço-lhe o último disco da Shakira, que ela gosta muito, e pronto. Nesse caso, tenho também de dar algo aos meus avós, coitados. Mas isso é fácil, dou-lhes um par de meias ou algo parecido, pois contentam-se com pouco. Para eles, que estão habituados a isso, o que importa é apenas o gesto.

Sendo assim, os meus pais são capazes de ficar tristes se virem que ofereço algo aos outros e não penso neles, mesmo que não mo digam. Tenho de lhes oferecer alguma coisa também. Mas a mais ninguém... a não ser às crianças do vizinho. Esses é que não vão mesmo entender se não lhes der um brinquedo qualquer, até porque eles vão dar-me alguma coisa (comprada pelos pais, claro). Além disso, o vizinho é muito simpático e dá importância a estas coisas. E o meu tio Tobias, que tem a mania de oferecer coisas caras? No ano passado deu-me ipod bem fixe. Bom, esse é que não posso mesmo deixar de mãos a abanar. E já me estava a esquecer da ...

Espera aí! Lá volta, contra a minha vontade, tudo outra vez ao mesmo. Mas será que não consigo fazer o que quero? Afinal quem manda em mim? Será que sou mesmo livre de fazer o que bem entender? Todos os anos digo a mesma coisa e todos os anos acabo por fazer o mesmo. Mas porquê? No fundo é porque não sou mesmo capaz de me estar nas tintas para o que os outros pensam. Que hei-de fazer? Não tenho culpa de ser assim (ou, talvez, de me terem feito assim). No fundo, isto de termos controlo sobre as nossas acções é uma ilusão. Acabamos sempre por fazer o que se espera que façamos.

O que me dizem disto tudo?

4 comentários:

  1. sugestão:
    ofereça o perfume a namorada, porque se não é bem capaz de arranjar problemas,e peça-lhe para nao contar a ninguem e compre um ovo kinder dos grandes para as crianças do vizinho. Ás outras pessoas diga que nao pode e ponha as culpas no patrao, invente que ele este ano lhe vai pagar atrasado.. ou no banco, que não sabe porquê não pôs o ordenado disponivel :P

    agora falando a serio:
    penso que toda a gente seja livre de escolher o que faz ou não, depois tem é que arcar com as consequencias. E o que muita gente não quer é isso.É por isso que ano após ano fazem o que não querem e põe a culpa no chamado "destino" e dizem que não podem mudar e não assumem essa responsabilidade.
    podia muito bem não dar o perfume a namorada, mas escolheu não o fazer devido as consequencias: não queria problemas. Podia não dar prendas as crianças, mas não aguentaria ve-las tristes. podia dar apenas um beijinho aos seus avós, mas depois ficaria mal visto e o mesmo se passa com os seus pais e etc. A verdade é que não dar prendas no natal (ou escolher as coisas conforme os nossos verdadeiros desejos) levantaria muitos problemas e as pessoas no geral, preferem gastar um pouco mais de dinheiro e esforço em vez disso.

    Joana cerqueira 11ºB

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  2. Realmente, através deste exemplo (oferecer ou não prendas de natal) chego a conclusão que não temos opções de escolhe, fazemos sempre o que está previsto, e isso acontece naturalmente. Neste caso, a pessoa podia optar por não oferecer nada a ninguém, mas além de estar a desiludir algumas pessoas (namorada, avós, primos, vizinhos, amigos, as crianças) estaria a sentir-se mal, consigo mesmo. E assim sendo, acaba por oferecer prendas a todos, como nos anos seguintes, e assim sucessivamente. Tudo o que fazemos está predestinado, mesmo quando temos a itenção de fazer uma coisa e fazemos outra.

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  3. Nos nao fazemos o que queremos mas sim o que esta destinado, mesmo que va contra as nossa perspectiva, isto é, mesmo que o stor disse-se que nao iria dar presentes a sua familia, amigos e filhos de amigos e namorada acabava sempre por dar algo de presente .
    E por isso que nos nao temos livre arbitrio, porque se tivessemos livre arbitrio tudo o que pensavamos era o que deveriamos fazer.


    Bruno Mendes nª7 10ªB

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  4. De facto tem razão por mais voltas que dê vai sempre dar ao mesmo. Será que controla mesmo o que faz ou é apenas uma ilusão? Chama-se a isso Cadeia Causal à sequência encadeada de causas e efeitos, tem tudo a ver com todas as causas iniciais que levaram o Stor pela primeira vez a oferecer prendas ou lembranças ao seus amigos e familiares deste dai não parou fazendo com que pense que está a ser controlado por algo que não controla mas recapitulando nós defendemos que temos livre-arbítrio logo temos a capacidade de arbitrar em liberdade só que todas estas causas acima referidas leva-nos a pensar que somos controlados mas na verdade não somos, talvez por vezes estejamos condicionados por alguma objecções Contudo lembre-se de uma coisa se defende o Egoísmo nada melhor que oferecer algo às mesmas pessoas que sempre ofereceu pois embora não pareça elas estão sempre á espera de algo vindo de si e para ficar bem visto para com eles e até receber alguma coisa em troca ou até mesmo alguns sorrisos siga o nosso concelho e despenda o mesmo tempo que sempre despendeu mas gaste menos dinheiro e aproveite porque Natal á só um e como este já passou comece por fazer umas poupanças para o Ano APROVEITAR Á GRANDE EM FAMÍLIA.

    Abraço

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